sexta-feira, 8 de agosto de 2014

NA MALA DE GARUPA

Nos dias 26, 27 e 28 de julho uma comitiva partiu rumo a São Borja com o ônibus campeiro do CTG MATE AMARGO para participar da Festa da Castração e Marcação na Fazenda Cambuchim de propriedade de Marcelo Lima (irmão do Mano Lima). Participaram da viagem o Patrão da Campeira Jairo Cézar, o patrão do CTG  Ederson Wink, Alexandre Casarin, Jackson Zilch dos Santos, Seu Garcia, Bianor, Rodolfo Cezar, Cezar de Cezar, Leandro(Vardinho) e o Douglas Conceição.
                Ao chegar a São Borja, a primeira parada foi a fazenda Santa Cecilia de Propriedade do Mano Lima, uma porteira a beira da estrada com a estátua de Santa Cecilia em Bronze a frente. A comitiva foi recepcionada pelos cachorros, ovelhas e  o peão da estância. A estância possui  instalações com galpões cobertos com capim, mangueira de lida, e a estátua de bronze do Índio M´BORORÈ bem em frente da casa. A casa e os galpões todos de pedra, e, na garagem um Ford 28.
                Já na Cabanha Cambuchim, Mano Lima falou sobre a cultura gaúcha, “ Temos pouco espaço e pouca valorização dada pela mídia, para este que  é o maior e mais autêntico  movimento tradicionalista, por isso não conseguimos avançar as fronteiras. O gaúcho sempre peleou em prol de seu ideais", disse ainda que "isto vai acontecer porque os gaúchos se espalham e vão abrindo CTGs em todas os lugares que chegam, e chegaremos a ter a música gaúcha em todas as regiões do Brasil”.
                Dona Alba, mãe de Mano Lima contou que “o Mano Lima Iniciou na música aos 30 anos e hoje ele já está com 60 anos, mas sua vida sempre foi a lida campeira das fazendas, doma, gineteadas, tropeadas a lida de campo”
                A Festa da Castração e  Marcação é tradicional na fronteira onde os donos das fazendas contabilizam sua safra de bovinos e equinos, fazendo a marcação dos terneiros que estão sendo desmamados, marcando com a marca do proprietário  e a fazendo a castração dos touros, além da aplicação de medicamentos, os bovinos são pealados, o pealo só é válido quando o bovino ou o cavalo é laçado pelas mãos e derrubado, após o terneiro estar dominado é feita castração e a marcação, os “bagos” são assados no braseiro, que é feito para aquecer as marcas, e ali mesmo são consumidos pelos adeptos a esta culinária.
                As instalações da fazenda são bem a moda antiga, as mangueiras com palanques antigos, um galpão onde se tem o borraio. Do borraio se tem a visão da entrada da fazenda, e o local onde é feita as refeições. As carnes são oriadas e penduradas para defumar. O churrasco é assado ao redor do fogo. Muitas planícies, lagoas enormes e muito campo.
                A lida na mangueira iniciou na Sexta - Feira e continuou no Sábado e no Domingo: pealos, castrações, marcações, trago, prosa, amizade, alegria e muita música gaúcha ao embalo de Violão e Cordeona com a participação de artistas como o Gilmar Martineli, Mano Lima e outros.
                O proprietário da fazenda Marcelo Lima conta que “esta tradição é mantida desde os tempos de antigamente e que faz questão de convidar os amigos para festejar e cultuar esta tradição” disse ainda que “quando a cultura do nosso estado é  mantida acessa não é preciso se resgatar e sim apenas dar continuidade a estes hábitos  da campanha, a tradição não se modifica apenas precisa de continuidade, seguimento”. Na Fazenda tinha mais de 70 Pessoas, dos mais diferentes lugares, Santa Rosa, Cruz Alta, Frederico Westphalen, Irái, Guarani das Missões, Porto Alegre entre outras cidades participantes.
                Jackson Zilch dos Santos, emocionado disse: "Sinceramente esta foi uma das melhores festas que participei. O mesmo sentimento se notava em todos os participantes e nos meus companheiros de viagem, agradeço ao meu padrinho Jairo Cézar por oportunizar a nós através de suas amizades, a chance de participar e viver por alguns dias a vida de nossos antepassados e suas lidas". “Sirvam Nossas façanhas de modelo a toda a terra”.

Fotos: Jackson (Bolacha)








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