Nos dias 26, 27 e 28 de julho uma
comitiva partiu rumo a São Borja com o ônibus campeiro do CTG MATE AMARGO para
participar da Festa da Castração e Marcação na Fazenda Cambuchim de propriedade
de Marcelo Lima (irmão do Mano Lima). Participaram da viagem o Patrão da
Campeira Jairo Cézar, o patrão do CTG
Ederson Wink, Alexandre Casarin, Jackson Zilch dos Santos, Seu Garcia,
Bianor, Rodolfo Cezar, Cezar de Cezar, Leandro(Vardinho) e o Douglas Conceição.
Ao
chegar a São Borja, a primeira parada foi a fazenda Santa Cecilia de
Propriedade do Mano Lima, uma porteira a beira da estrada com a estátua de Santa
Cecilia em Bronze a frente. A comitiva foi recepcionada pelos cachorros, ovelhas
e o peão da estância. A estância
possui instalações com galpões cobertos
com capim, mangueira de lida, e a estátua de bronze do Índio M´BORORÈ bem em
frente da casa. A casa e os galpões todos de pedra, e, na garagem um Ford 28.
Já
na Cabanha Cambuchim, Mano Lima falou sobre a cultura gaúcha, “ Temos pouco
espaço e pouca valorização dada pela mídia, para este que é o maior e mais autêntico movimento tradicionalista, por isso não conseguimos
avançar as fronteiras. O gaúcho sempre peleou em prol de seu ideais",
disse ainda que "isto vai acontecer porque os gaúchos se espalham e vão
abrindo CTGs em todas os lugares que chegam, e chegaremos a ter a música gaúcha
em todas as regiões do Brasil”.
Dona
Alba, mãe de Mano Lima contou que “o Mano Lima Iniciou na música aos 30 anos e hoje
ele já está com 60 anos, mas sua vida sempre foi a lida campeira das fazendas,
doma, gineteadas, tropeadas a lida de campo”
A
Festa da Castração e Marcação é
tradicional na fronteira onde os donos das fazendas contabilizam sua safra de
bovinos e equinos, fazendo a marcação dos terneiros que estão sendo desmamados,
marcando com a marca do proprietário e a
fazendo a castração dos touros, além da aplicação de medicamentos, os bovinos
são pealados, o pealo só é válido quando o bovino ou o cavalo é laçado pelas
mãos e derrubado, após o terneiro estar dominado é feita castração e a
marcação, os “bagos” são assados no braseiro, que é feito para aquecer as
marcas, e ali mesmo são consumidos pelos adeptos a esta culinária.
As
instalações da fazenda são bem a moda antiga, as mangueiras com palanques
antigos, um galpão onde se tem o borraio. Do borraio se tem a visão da entrada
da fazenda, e o local onde é feita as refeições. As carnes são oriadas e
penduradas para defumar. O churrasco é assado ao redor do fogo. Muitas planícies,
lagoas enormes e muito campo.
A
lida na mangueira iniciou na Sexta - Feira e continuou no Sábado e no Domingo:
pealos, castrações, marcações, trago, prosa, amizade, alegria e muita música
gaúcha ao embalo de Violão e Cordeona com a participação de artistas como o
Gilmar Martineli, Mano Lima e outros.
O
proprietário da fazenda Marcelo Lima conta que “esta tradição é mantida desde
os tempos de antigamente e que faz questão de convidar os amigos para festejar
e cultuar esta tradição” disse ainda que “quando a cultura do nosso estado
é mantida acessa não é preciso se
resgatar e sim apenas dar continuidade a estes hábitos da campanha, a tradição não se modifica
apenas precisa de continuidade, seguimento”. Na Fazenda tinha mais de 70
Pessoas, dos mais diferentes lugares, Santa Rosa, Cruz Alta, Frederico
Westphalen, Irái, Guarani das Missões, Porto Alegre entre outras cidades
participantes.
Jackson
Zilch dos Santos, emocionado disse: "Sinceramente esta foi uma das melhores
festas que participei. O mesmo sentimento se notava em todos os participantes e
nos meus companheiros de viagem, agradeço ao meu padrinho Jairo Cézar por
oportunizar a nós através de suas amizades, a chance de participar e viver por
alguns dias a vida de nossos antepassados e suas lidas". “Sirvam Nossas
façanhas de modelo a toda a terra”.
Fotos: Jackson (Bolacha)
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