sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

POR UM NATAL GAÚCHO - Parte 2

Cartões do Natal Gaúcho, isto é, os Cartões de Natal da Terra Gaúcha, não precisam trazer os mesmos motivos regionais europeus e norte-americanos. Os Cartões de Natal Crioulos da Terra Sulina Brasileira podem trazer nas suas imagens famílias reunidas, não em torno de uma lareira ou em casebres envoltos na neve - pois em nossa Terra, na época do Natal, não há frio nem neve -, mas trajadas com a indumentária tradicional dos sulistas brasileiros, entoando canções regionais de Natal, ou participando de uma Ceia Natalina aonde preponderam os produtos e a decoração regional. Os Cartões Crioulos podem, também, trazer a figura de um Papai Noel Gaúcho a cavalo, idoso, se possível de barba natural, vestido com a Pilcha Gaúcha, sem ostentar a atual, mundialmente e tradicional imagem oriunda do quadro pintado pelo norte-americano Thomas Nast, em 1862 - e remodelado pelo artista Habdon Sundblom, em 1931, a pedido da Coca-Cola. O Papai Noel Gaúcho distribuirá aos necessitados donativos da respectiva comunidade, trazidos na sua mala de garupa.
            No Natal da Terra Gaúcha pode-se entoar canções nativas compostas com termos do vocabulário regionalista-tradicional gaúcho e cantadas nos ritmos dos campeiros sul-rio-grandenses. Nessas músicas e composições típicas da região Sul do Brasil, podemos venerar o nascimento do Divino Tropeiro Jesus, Filho do Patrão Velho lá das Alturas, que veio ao mundo para repontar-nos aos pastos verdes das Invernadas da Fraternidade, Solidariedade, Caridade, Bondade, Humildade, Humanidade e de Amor ao Próximo.
            E sendo o Natal Gaúcho Crioulo da Terra Sul-brasileira, não haverá a necessidade de haver na sua Ceia Natalina as iguarias importadas, nativas de outros países, Se o mais importante é a comemoração do nascimento do Divino Tropeiro Jesus, pode-se, perfeitamente, o fazê-lo com os pratos regionais, tradicionais e mais apreciados, de acordo com os usos e os costumes locais.
                   A produção caseira do panetone, com frutas cristalizadas regionais, como a laranja, o figo, o pêssego, o marmelo, a pera e outras, é apenas um exemplo não so de economia, mas também de valorização daquilo que é da nossa Terra.
                   Como outros exemplos de adequação regional podemos citar a substituição do peru, tradição dos norte-americanos na Ceia Natalina, pelas carnes suínas, ovinas ou bovinas, assadas no estilo tradicional; o frango caipira, o peixe, linguiça, morcília, espinhaço de ovelha frito em panela de ferro, servido com arroz branco; quibebe, arroz de carreteiro; farofa, saladas de batata, de cebola com tomate; mandioca, batada doce, abóbora, feijão preto; pão, etc., de acordo com a preferência pessoal de cada um.
            A decoração da mesa e do ambiente deve estar sintonizada com a simplicidade dos gaúchos do interior. Candeeiros, elétricos ou não, simbolizarão a Chama Viva de Cristo que ilumina nossas existências, o nosso caminho, trazendo a necessária claridade à jornada terrena de cada um de nós. É a Luz do Mundo, a Luz dos Povos, a Luz de nossas próprias vidas; é o Divino Tropeiro Jesus!
            O Natal Gaúcho Crioulo do Sul do Brasil poderá ser implementado nos lares, nas associações de moradores, nas Entidades Tradicionalistas, e onde quer que ele seja aceito.
                   Contudo, quando realizado, o Natal Gaúcho deve atender a um importante requisito cultural: a originalidade. Evitar os artificialismos vinculados ao atual modo comercial de comemoração do Natal deve ser uma preocupação dos seus organizadores, pois o objetivo do Natal da Terra Gaúcha Sul-brasileira deve ser, justamente, a libertação das imposições perpetradas pelo mercado, com o fim de valorização das comemorações do nascimento do Menino-Deus no jeito simples de viver, natural, autêntico e peculiar dos gaúchos campeiros do Pampa do Rio Grande do Sul; dos homens e mulheres do interior Sul-rio-grandense

Autoria: José Itajaú Oleques Teixeira

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